Trump, tarifas e o filho de Bolsonaro: conspiração ou coincidência?

Trump, Tarifas e o Filho de Bolsonaro: O Jogo Oculto Contra o Brasil

Nos bastidores da diplomacia global, nem tudo é o que parece. A súbita imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump em julho de 2025, pode esconder mais do que uma simples retaliação econômica. O episódio ocorre em um momento politicamente sensível para o Brasil: o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta julgamento por tentativa de golpe de Estado, enquanto seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, reside nos EUA, onde vem estreitando vínculos com alas ultraconservadoras ligadas ao trumpismo.

O governo brasileiro, por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu com veemência. Em pronunciamento contundente, Lula declarou: “Se nos cobrarem 50 %, cobraremos 50 % a eles. O Brasil é soberano, com instituições independentes”. A afirmação, que reverberou globalmente, foi acompanhada pela promessa de retaliação tarifária baseada em lei já aprovada no Congresso. A reação brasileira busca defender empregos, proteger a indústria nacional e, sobretudo, preservar a soberania em face do que foi interpretado como uma interferência externa camuflada de medida econômica.

Mas a narrativa oficial pode não explicar toda a engrenagem por trás da ofensiva americana. Há quem veja, nesse movimento, o desdobramento de uma articulação mais profunda — um xadrez geopolítico onde economia, ideologia e interesses familiares se entrelaçam.

Eduardo Bolsonaro, conhecido defensor de Trump, tem atuado abertamente como elo entre o bolsonarismo e o trumpismo. Nas redes, ele comemorou a medida tarifária dos EUA, sugerindo que seus seguidores agradecessem diretamente ao ex-presidente americano. A cena é inusitada: um parlamentar brasileiro celebrando sanções contra seu próprio país, ao lado de um ex-presidente norte-americano que tenta, novamente, retornar ao poder com uma agenda abertamente nacionalista e antiglobalista.

A aproximação entre Eduardo e Trump pode ter calibrado a decisão americana. A justificativa oficial de Trump — “o Brasil persegue um ex-presidente inocente” — soa menos como política comercial e mais como solidariedade entre líderes que compartilham o discurso de perseguição. A tarifação, portanto, não apenas penaliza economicamente o Brasil: ela tenta enfraquecer o governo atual e constranger o sistema de Justiça que conduz o julgamento de Bolsonaro.

Mais do que uma disputa comercial, o episódio revela a tentativa de instrumentalizar a política internacional em favor de interesses pessoais e ideológicos. A retórica da “defesa da liberdade” usada por Trump e ecoada por Eduardo Bolsonaro serve como escudo para pressionar instituições brasileiras — e talvez reverter, com ajuda externa, um julgamento que poderia marcar o fim definitivo de uma era política.

É nesse cenário que o IOF, os blocos comerciais, os acordos bilaterais e até as tarifas alfandegárias deixam de ser meros instrumentos técnicos e passam a integrar uma narrativa geopolítica mais ampla — onde o que está em jogo não é apenas soja, aço ou eletrônicos, mas a soberania de um país e a integridade das suas instituições democráticas. Se há mesmo uma conspiração em curso, ela opera à luz do dia, entre tuítes, discursos e tarifas. E o Brasil, mais uma vez, está no centro do tabuleiro.legenda que gere interesse pelos leitores no site.

Matéria de Alice Rodrigues

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