A quase completar oito anos desde a tragédia da Cavalo Marinho I, que deixou 19 mortos e 59 feridos, dois responsáveis foram finalmente sentenciados pela Justiça. O comandante da embarcação e o proprietário receberam sentença de nove anos e 13 dias de prisão nesta terça-feira (19), no Fórum da Comarca de Itaparica .
Entretanto, ambos aguardam em liberdade até o trânsito em julgado dos recursos – prazo de 15 dias para apelação – considerando sua colaboração com o processo e residência fixa, conforme justificou o advogado do comandante, Antônio Leite Matos .

O trágico contexto do naufrágio
No fatídico 24 de agosto de 2017, cerca de 10 minutos após zarpar do cais de Mar Grande (Ilha de Itaparica), a lancha Cavalo Marinho I perdeu estabilidade enquanto transportava aproximadamente 120 pessoas — entre passageiros e tripulantes — resultando no naufrágio que chocou a Baía de Todos-os-Santos .
Em paralelo, uma decisão da Justiça Federal deste ano já havia determinado o pagamento de R$ 50 mil por danos morais a um dos sobreviventes, atribuindo a responsabilidade à União, à Agerba e à empresa CL Transportes Marítimos .
Justiça tardia e os próximos passos
A confirmação da condenação representa um avanço simbólico nas esferas penal e cível. No entanto, o processo ainda está longe de terminar: recursos devem seguir ao Tribunal de Justiça da Bahia, e as indenizações continuam sendo discutidas – tanto na esfera administrativa quanto na cível.
Para as famílias dos mortos e feridos, a sentença traz certo alívio, mas também revive traumas. A dor persiste, especialmente diante da longa espera por justiça e reparação. Ainda não foi possível localizar manifestações das partes condenadas.