O legado de Paulo Almeida e o Posto Dalva na BR-324: entre pastéis, megafone e mais de 40 anos de estrada

Candeias, BA – Às margens da BR-324, entre buzinas e motores, existe um lugar onde o tempo parece ter um ritmo próprio. O Posto Dalva, ponto tradicional em Candeias, carrega mais do que combustível em seus tanques — carrega mais de 40 anos de histórias, encontros e afeto. No coração dessa trajetória está Paulo Almeida, um homem cuja visão empreendedora nasceu junto com o cheiro de pastel quente e a voz no megafone.

Muito antes da conveniência moderna, da fachada reformada e do vai e vem frenético de carros e caminhões, o que existia era uma torre simples de ferro e um megafone na mão. Era dali de cima que Paulo se comunicava com quem passava na rodovia. Gritava o sabor do pastel do dia, oferecia um café e, entre uma frase e outra, ganhava a simpatia dos viajantes.

“Quem escutava, parava. E quem parava, voltava”, relembra Roberto Paulo, hoje um dos gestores do posto ao lado do irmão gêmeo, Paulo Roberto — filhos do patrono Paulo Almeida. Os dois cresceram entre bombas de combustível, balcões de conveniência e o legado do pai, assumindo com orgulho a missão de manter viva a alma do Posto Dalva.

Com o tempo, o que era uma pastelaria virou posto. O que era improviso virou estrutura. Mas a essência permaneceu: atendimento com alma, calor humano e o compromisso de fazer da parada uma experiência. O nome “Dalva” homenageia sua mãe, uma figura forte que também ensinou a importância de receber bem.

Hoje, o Posto Dalva é muito mais do que um local para abastecer o carro — é uma parada obrigatória para quem busca bom atendimento, conveniência e aquela sensação rara de ser bem-vindo. São quatro décadas de serviço, tradição e presença na vida de quem cruza a BR-324.

O legado cresceu e virou marca: “Vovó Dalva” tornou-se uma franquia que abriga diferentes negócios. O mais conhecido deles é o Restaurante Vovó Dalva, famoso por sua comida regional e atmosfera acolhedora. A tradicional pastelaria também ganhou novas unidades, inclusive em Salvador, mantendo viva a receita que tudo começou: um bom pastel e uma boa história.

Mesmo com os avanços, os irmãos ainda guardam com carinho o velho megafone e a lembrança da torre de onde o pai chamava seus clientes. Porque, no fim das contas, o que move o Posto Dalva não é só gasolina. É história. É gente. É memória.

Matéria por André Cunha

Compartilhe este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *