O Pelourinho foi palco, neste fim de semana, da tradicional Feijhoada da Negra Jhô, que chegou à sua 15ª edição reafirmando seu papel como um dos encontros culturais mais importantes da Bahia. Criado e conduzido pela multiartista Negra Jhô, o evento celebrou não apenas a gastronomia, mas também a ancestralidade, a música, a dança e a resistência da cultura negra no coração do Centro Histórico de Salvador.
A celebração reuniu nomes de peso da cena artística e política, como Buja Ferreira, Tonho Matéria, Neuza Borges e Fabya Reis, além de grupos e artistas locais que marcaram presença com performances repletas de energia e identidade, a exemplo de Omo Obá, Portela Açucar, Cortejo Afro, Pretinho, Banda Didá, Menelau Sette e Tá Na Fita. O evento ainda contou com um cortejo de figuras representativas da cultura popular e de religiões de matriz africana, reforçando a dimensão espiritual e comunitária da festa.




Mantendo a tradição, a feijoada foi servida a todos os participantes, em um gesto de partilha que reflete o espírito de acolhimento e união característico da anfitriã. Para a ocasião, Negra Jhô vestiu um figurino especial produzido pela marca Meninos Reis, reforçando o elo entre moda, identidade e resistência.
Na produção, o destaque foi para a nova geração, com a condução de seu filho Kaiodê Sacramento, ao lado de Thays e Kailane Maquiny, mostrando a continuidade do legado familiar.
Mais do que um evento gastronômico e festivo, a Feijoada da Negra Jhô se consolidou como um ato de afirmação cultural e valorização da ancestralidade, ocupando um lugar de relevância no calendário cultural da cidade. Ao longo de 15 anos, Negra Jhô reafirma sua importância como referência na promoção da cultura negra e no fortalecimento das tradições que fazem de Salvador uma capital de diversidade, resistência e beleza.



Quem é Negra Jhô
Figura emblemática de Salvador, Negra Jhô é multiartista, performer, cabeleireira, dançarina, militante e ícone da valorização da cultura afro-brasileira. Reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho com estética e identidade negra, Jhô se tornou pioneira ao transformar a arte do cabelo afro em um ato político e cultural, utilizando tranças, turbantes e penteados como símbolos de resistência e autoestima.
Além de empresária e referência no afroempreendedorismo, é também mestra de dança afro e produtora cultural, responsável por movimentar o cenário artístico da cidade com projetos que unem espiritualidade, estética e ancestralidade. Sua presença no Pelourinho ultrapassa o campo do entretenimento: Jhô é considerada uma guardadora de memórias e tradições, uma voz ativa contra o racismo e uma incentivadora da juventude negra, especialmente das mulheres.
Com mais de três décadas de atuação, seu trabalho consolidou uma ponte entre a moda, a cultura popular e a militância negra, inspirando gerações e firmando seu nome como patrimônio vivo da resistência cultural em Salvador.














