O afroempreendedorismo e as mulheres negras em Salvador

O afroempreendedorismo tem ganhado destaque como uma resposta concreta ao racismo estrutural e à exclusão econômica vivida por grande parte da população negra no Brasil. Em Salvador — cidade com a maior população negra fora da África — esse movimento é liderado, em sua maioria, por mulheres negras que transformam vulnerabilidade em potência.

Dados do IBGE indicam que 61% das empreendedoras por conta própria no país são mulheres negras. Muitas delas encontram no empreendedorismo não apenas uma saída econômica, mas um caminho de afirmação cultural, identidade racial e construção coletiva. Moda afro, cosméticos naturais, gastronomia ancestral e produtos artesanais são exemplos de iniciativas que geram renda e, ao mesmo tempo, celebram a ancestralidade africana.

Em Salvador, espaços como a Feira Ashanti e redes de apoio comunitário têm fortalecido o ecossistema afroempreendedor. No entanto, os desafios permanecem: acesso a crédito, informalidade, falta de políticas públicas específicas e o racismo institucional seguem como entraves para o crescimento sustentável desses negócios.

O fortalecimento do afroempreendedorismo passa por ações coletivas, formações voltadas para a realidade dessas mulheres e o reconhecimento, por parte do poder público e da sociedade, do papel essencial dessas iniciativas na economia e na cultura local.

Ẹ̀KỌ́ Ancestral

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